“Gatos e cães não são incompatíveis. Na verdade, se forem bem instruídos, eles muitas vezes se tornam bons amigos. É importante, contudo, levar em conta as diferenças de comportamento entre os modelos e também as maneiras como essas diferenças podem complicar o relacionamento. Há felinos que não são tão expansivos quanto os cães e por isso talvez considerem a atenção excessiva desse animal extremamente gregário (e à s vezes grande demais) um exagero que não conseguem tolerar. Os cães, por seu lado, talvez vejam os gatos como alvo, já que muitos deles carregam a predisposição genética de perseguir pequenas presas. Isso não significa, porém, que o cão vai atacar seu gato nem que o bichano queira tomar distância de seu cachorro. Significa apenas, isso sim, que o relacionamento deles – e principalmente a forma como você vai apresentar um ao outro – deve ser cuidadosamente administrado e supervisionado.”(Gato – Manual do Proprietário – Dr. David Brunner e Sam Stall)
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A MINHA EXPERIàŠNCIA (E A DO PAM)

Por quase dois anos, eu morei com uma amiga que tinha a Gazé, uma cadelinha shitzu muito fofa, com um ou dois aninhos de idade. Pam e Gazé conviviam, mas não eram grandes amigos. A casa era da Gazé e a invasão foi do Pam. Menos mal porque a gente sabe o quanto nossos amores são territorialistas. Mas, mesmo assim, ele ficava putinho, abria a bocona e fazia fu pra Gazé que, na sua inocência e nos seus poucos anos de vida, só queria um amigo.
A Gazé tinha uma caminha, mas o Pam se apossava dela, e ela nunca reclamou. Se ele estava lá, ela dormia em outro canto. E vice-versa. Se ela estava lá, Pam não se intrometia.
A convivência era geralmente pacífica e, de vez em quando os dois até brincavam no terraço. Um corria atrás do outro e o outro corria atrás do um. Claro que o Pam enjoava antes e a Gazé vez ou outra ganhava uma patada. Nada de mais, só um “porra, Gazé, dá um tempo”.
Tinham alguns probleminhas, como o apetite canino da Gazé por comidinhas felinas. Então, a comida do Pam ficava em cima da máquina de lavar, e aí, tudo bem, tudo certo.
Por essas e outras é que eu nunca entendi a sabedoria popular, que trata do ódio do cão pelo gato. O oposto talvez seja mais verdadeiro (mas, veja bem, não é esse o caso).

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