Esta é a história da Lígia, uma cat lover que casou com outro cat lover e que, hoje, tem quatro lindos gatinhos em casa.

Tudo começou com o amor da Lígia por bichos em geral e a compra do Haroldo (um persa laranja lindo) por seu atual marido. “Naquela época, já bem intencionado, ele comprou o Haroldo e me pediu pra cuidar, com a desculpa que não tinha se adaptado. Aí ele sempre ia visitar o Haroldo na minha casa…”, diz a Lígia, que, pelo jeito, ganhou um gato e, de quebra, um marido. “O Haroldo foi um presente muito especial, que me conquistou mesmo. Ele é querido e muito ligado a mim, mas é um bicho do mato com as pessoas em geral. Ele não gosta de barulho, nem de muita gente (odeia a faxineira), não é nem um pouco sociável. Mas ele pode, sabe que é um lorde”, conta a mãe coruja. O nome do Haroldo veio das tirinhas do Calvin & Haroldo, em homenagem ao tigre charmoso da história. O Haroldo da Lígia vai fazer 10 anos em outubro.

O segundo gato da vida da Lígia foi o Heitor. O Conrado, marido da Lígia, ainda não morava com ela e, depois de dar o Haroldo pra ela, ficou com invejinha branca e resolveu ter um gatinho também. “Então a gente foi numa feirinha de filhotes e o Heitor pulou no colo do Conrado e não desgrudou mais. A veterinária da feira disse que a gente podia trocar o gatinho, pois o Heitor era todo doente. Imagina só trocar aquele gatinho preto magrelo que mais parecia um sagui?”, fala Lígia. Ela diz, também, que o Heitor tinha vários problemas e ficou praticamente um ano em tratamento. “Hoje ele é um gato gordo e querido, mais sociável que o Haroldo, mas continua muito carente, sempre querendo atenção”.

Como a Lígia e o Conrado viajavam nas férias, acabavam deixando Heitor e Haroldo juntos, pra facilitar a vida da moça que cuidava deles. Mas o Heitor ficava triste quando voltava pra casa e aí o Conrado comprou o Horácio, um persa branco. “O Horácio é bem na dele, não se incomoda com nada e é muito curioso. Realmente, o Heitor ficou bem melhor com a companhia”.
A história do Otávio
“Um dia fui levar o Haroldo na veterinária e ela comentou que tinha sido chamada pra cuidar de um gatinho que estava muito mal. Ele tinha sido dado para um casal pobre porque o primeiro dono batia nele por fazer xixi ou algo assim. O Otávio é um persa puro e eles aceitaram porque queriam ganhar dinheiro vendendo as crias”. Resumindo, o casal teve um neném e prendeu o Otávio durante três meses em um quarto cheio de material de construção porque a criança era alérgica. Como o Otávio dormia em cima de sacos de cimento, a pele dele começou a ser corroída. Os donos estavam preocupados, mas achavam que não tinha outra saída – também não queriam doá-lo por conta da história do dinheiro (como disse a Lígia: “malditas fábricas de filhotes”).
E aí pensa uma louca por gatos saber de tudo isso? A Lígia não conseguiu mais dormir depois de ouvir isso e colocou um anúncio no seu blog para ver se alguém queria cuidar do Otávio. “Contei a história para o Conrado e ele falou que podíamos adotá-lo, apesar de eu achar que não dava, por conta dos três que já tínhamos”, conta Lígia. “Quando o vimos, não acreditei: o coitado estava que era pura ferida, nem abria os olhos direito. Um gato adulto pesando menos de dois quilos! Não tinha nem como pegá-lo no colo”.
Bom, e aí foi uma série de cuidados: dar banho foi difícil por conta das cascas de cimento grudadas na pelo do bichaninho; quando a Lígia deu comida pra ele, ele passou horas comendo, só parava pra descansar; a água tinha que ser trocada toda hora porque a carinha dele sujava toda a tigela. “Passei dois dias inteiros tirando as cascas com algodão e óleo Johnson”, diz Lígia.
Mas, aí, quando o Otávio estava quase bem e já tinha engordado um quilo, ele teve uma crise renal, provavelmente devido à péssima alimentação que lhe era dada antes. Mas (acalmem-se todos) hoje o Otávio está ótimo, ficando bem peludinho e cheio de energia. Diz a Lígia que ele é atlético e adora jogar futebol (what??). Ah, e faz seis meses que ele está com ela.

Happy end
Hoje, a família é completa e vivem juntos Lígia, Conrado, Haroldo, Heitor, Horácio e Otávio. Não é lindo??? Quem quiser acompanhar fotos e algumas histórias desses fofuchos e também dos seus pais, é só seguir o blog da Lígia, que também fala de design, viagens, propaganda, cotidiano, livros, etc. etc. etc.
“Eu adoro tudo nos gatos: a elegância, o porte, a limpeza, a independência. As pessoas que gostam de gatos têm apurado senso estético e são muito bem resolvidas. Vejo muita gente repetir, sem refletir, que gatos são traiçoeiros, que amam a casa e não o dono. São pessoas que não têm e nunca tiveram gatos. Acho que deveriam continuar assim mesmo, pois não os merecem”.
Lígia Fascioni
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